Muito além do escritório
Por Thiago Baise
Imagine a cena: um gestor daqueles realmente brilhantes, mas arrogante na mesma proporção. Certo dia decide fazer algo diferente, entra no escritório, entrega uma maçã para cada integrante da equipe e faz uma piada, ou tenta, já que a forma de contar não anima ninguém, mas consegue pela primeira vez gerar simpatia na equipe. Assim ele vira a chave, e começa um trabalho verdadeiramente coletivo.
Essa cena é do filme “Jogo de imitação”, onde um grupo da inteligência britânica tem a missão de decifrar os códigos da máquina Enigma, usada pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, utilizada para enviar mensagens cifradas entre governo e exército. Um desafio nada simples para 159 bilhões de combinações possíveis por dia.
Parece bobo, mas mostrar interesse pelas pessoas (ou melhor, ter interesse pelas pessoas), e transparecer suas limitações abriram o caminho para que o grupo se reconhecesse e criasse laços, inclusive fora do ambiente preparado para o trabalho.
Este texto não é um spoiler, o filme não é sobre equipes. Tem uma história que vale a pena ver e demostra, com certa objetividade e sem perder a sutileza, o que podemos sentir na prática nas organizações quando os encontros se tornam humanos.
Assistindo o filme pela ótica da
performance da equipe, um
aprendizado para quem busca
trabalhos coletivos, é o de criar
espaço para encontros onde as
pessoas possam se sentir à vontade,
onde possam se mostrar. Viver
uma experiência juntos: um curso,
uma viagem, uma festa, ou até um
dia de trabalho diferente, faz com
que a ligação entre as pessoas
aumente, novos elos sejam
formados, já que os interesses em
comum crescem.
O famoso ócio criativo e encontros fora do ambiente do trabalho fazem com que nossa volta ao escritório seja mais criativa e unida, gerando novas soluções e colaboração.
Aproveite o filme! E aproveite para refletir: qual a qualidade dos encontros em sua equipe?

